quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

TEM QUE MORRER

 


Diante do inferno que era minha vida, eu tinha três escolhas a fazer: 1. Me matar; 2. Enlouquecer; 3. Me curar. A terceira era a opção mais difícil. Fugir é sempre uma solução simples. Por isso tentei me jogar de um prédio aos 19 anos (fui salvo de forma sobrenatural, essa é uma história pra outro post) e enlouquecer era uma forte possibilidade que aparecia no meu mapa astral. Escolhi mesmo o caminho da cura. Eu iria me surpreender com os resultados de tal decisão.

Meu pai havia deixado minha autoconfiança em trapos, a Igreja evangélica assombrou parte da minha vida com a vingança do Deus tirano, minha homoafetividade era para mim um monstro tentando me enlouquecer. Isso tudo parecia que não iria terminar bem. Quando as comportas daquele dique romperam eu parecia um louco desvairado, um kamikaze contra mim mesmo, bebendo, transando sem freios, me jogando nas noites, me prostituindo. A bomba atômica explodiu dentro de mim. A minha sombra, reprimida a tanto tempo foi como merda no ventilador. Mas quem saia todo cagado era eu.

Busquei refúgio na procura pela transcendência, no mundo místico. Procurei religiões mil, até entender que a resposta estava comigo. Eu era a porta e a chave da porta. Não fosse isso e o suicídio permaneceria em pauta. A desorganização da esquizofrenia gritou em minha mente muitas vezes. Eu precisava decidir. Um fato específico me acordou: uma doença grave, motivada por meu estilo de vida indagou o que eu estava fazendo comigo. Já não era mais meu pai, a Igreja, o preconceito que estavam me destruindo. Era eu mesmo.

Até que Ayahuasca, a bebida sagrada indígena, apareceu e me virou pelo avesso, me deu a verdadeira morte que eu precisava para renascer. Nesse blog eu irei escrever a respeito da minha cura interior, da minha paixão pela psicodelia, meu amor pela Ayahuasca, as implicações com a psicologia e o universo do mistério em que nos encontramos envolvidos. Com isso quero ajudar outros a terem um encontro com a beleza que há em cada ser. Mas "tem que morrer pra germinar" como canta lindamente o mestre Gilberto Gil.

5 comentários:

  1. Tem que morrer pra germinar... Feliz por seu caminho Alec, estude, se aprofunde.. semei essa cura!!!! Te amo! Sucesso!!

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    1. Meu amor! Que alegria te conhecer nessa estrada psicodélica! Beijo grande!

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  2. Qdo comecei a ler o texto já sabia q era vc..que esse amor e esse cuidado possam ajudar a curar pessoas e com isso curar ainda mais a sua alma linda. Amo vc bb

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  3. Que história interessante, queria conhecer kkkkkk onde você mora?

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